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ORIXÁ OXÁGUIAN

ORIXÁ OXÁGUIAN

                             

 

OXALUFAN OU OXAGUIAN (OXALÁ)

  
Deus da criação, Oxalá é o pai sábio e equilibrado; um orixá funfun (branco), cor que evoca a serenidade e o siléncio. Oxalá não gosta de confusão e violência. É representado de duas maneiras: Oxaguian e Oxalufan. Oxaguian é Oxalá novo, um guerreiro destemido, romântico e nervoso. Oxalufan é Oxalá velho: calmo e sábio, dança curvado sobre o opaxorô, cajado prateado.
 
Saudação
Oxaguian: Eppiêê
Oxalufan: Eppababá
 
Cores
Branco e prata
 
Dia
Sexta-feira
 
Símbolo
Oxaguian: mão-de-pilão e espada
Oxalufanopaxorô
 
Elemento da Natureza
Céu
 
Animal Sagrado
Oxaguian: pombo
 
Oxalufan
:caracol (ibi)
 
 
 
 
 
Lenda
Oxalufan (forma mais velha de Oxalá) era um rei muito idoso que andava com dificuldade, apoiado em seu cajado, o apaxorô. Um dia, sentindo saudades do filho Xangô, resolveu visitá-lo. Como era de costume na terra dos Orixás, consultou Ifá para saber como seria a viagem. Este recomendou que não viajasse. Mas como o Orixá teimasse em ver o filho, foi instruído a levar três roupas brancas e limo da costa (pasta extraída do caroço de dendê) e fazer tudo o que lhe pedissem. 

Com essas precauções, o Orixá partiu e, no meio do caminho, encontrou Exú Elepô, dono do azeite de dendê, sentado à beira da estrada, com um pote ao lado. Com boas maneiras, ele pediu a Oxalufan que o ajudasse a colocar o pote no ombro. 


O velho Orixá, lembrando das palavras do babalaô resolveu auxiliar Exú, mas Elepô, que adora brincar, derramou todo o dendê sobre Oxalufan. O Orixá manteve a calma, limpou-se no rio com um pouco de limo, vestiu outra roupa e seguiu viajem. Mais adiante estavam Exú Onidu, dono do carvão e Exú Aladi, dono do óleo do caroço do dendê. Por duas vezes mais foi vitima dos brincalhões e procedeu como da primeira vez, limpando-se e vestindo-se novamente. 


Ao se aproximar das terras do filho, avistou um cavalo que conhecia muito bem, pois presenteara Xangô com o animal tempos atrás. Resolveu amarrá-lo para levá-lo de volta, mas foi mal interpretado pelos soldados, que julgaram-no um ladrão. Sem permitir explicações, eles espancaram o velho até quebrar seus ossos e o arrastaram para a prisão. Usando seus poderes, Oxalá fez com que não chovesse mais desse dia em diante, as colheitas foram prejudicadas e as mulheres caíram estéreis. 


Preocupado com isso, Xangô consultou um babalaô e este afirmou que os problemas se relacionavam com a injustiça cometida sete anos antes, pois um dos presos fora acusado de roubo indevidamente. O Orixá dirigiu-se à prisão e reconheceu o pai. Envergonhado, ordenou que trouxessem água para limpá-lo e, a partir deste dia, exigiu que todos no reino se vestissem de branco em sinal de respeito ao pai, como forma de reparar a ofensa cometida. 


É por isso que no Brasil comemora-se as Águas de Oxalá, cerimônia onde todos se vestem de branco e limpam os pertences com profunda humildade para atrair a boa sorte para o ano todo. 


Oxalufan tinha um filho chamado Oxaguian (forma mais jovem de Oxalá), muito valente e guerreiro, que almejava ter um reino a todo o custo. Era um período de guerras entre dois reinos vizinhos e seus habitantes perguntavam sempre aos babalaôs o que fazer para a paz voltar a reinar. Um dos sacerdotes respondeu que eles deveriam oferecer ao Orixá da paz, que se vestia de branco, como uma pomba, muito inhame pilado, comida de sua preferência. 


Oxaguian, que significa “comedor de inhame pilado”, apreciava tanto essa comida que ele próprio inventou o pilão para fazê-la. Depois que as oferendas foram entregues, tudo voltou às boas. Oxaguian tornou-se conhecido por todos e conseguiu seu próprio reino. Até hoje são oferecidas grandes festas a esse Orixá para que haja fartura o ano todo.  

 

 

 

 

 

 

 

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